domingo, 28 de agosto de 2011

Dois-zero-cinco


Não existe céu azul como o de Itaquera. Nem tantas gôndulas de refrigerante. Os sucos esperam nas vitrines lácteas. O relógio ainda mostra um telefone começado em 205. E já estamos em 2011.

Não existem pernas como as das meninas de Itaquera. Em seus shorts listrados, regatas puídas, na fila de supermercado esperando o troco. Não há oferta de cândida e sabão em pó como nas vendas de suas ruas. Há mais roupas para lavar e filhos para criar.

Não existe suor como o de Itaquera. A alegria de um domingo às 9h sob o sol quente. O pastel da feira arrasado no óleo. As abóboras para doces que só lá encontro. Mulheres que trocam suas vidas pelos domingos na igreja. Os homens que levam seus filhos para conhecer o Chiquinho. O frango girando no bar do seu Paulo.

Não há quem resista a um domingo em Itaquera.